Desastre sem precedentes deixa rastro de destruição no Rio Grande do Sul

Quase 850 mil pessoas (844.673) foram impactadas até o momento pelas chuvas fortes que atingem o Rio Grande do Sul desde a semana passada. O boletim mais recente da Defesa Civil – divulgado às 18h deste domingo (5) – indica que há 83 mortes confirmadas e pelo menos mais quatro em investigação. O número de feridos é de 175 e há 105 desaparecidos.

Por causa do mau tempo, 134.331 pessoas tiveram de abandonar as casas em que vivem, sendo que 115.844 estão desalojadas e outras 18.487 vivem em abrigos. Dos 497 municípios gaúchos, 341 foram afetados por alguma ocorrência relacionada às chuvas.

A última catástrofe ambiental no Rio Grande do Sul foi em setembro de 2023, quando 54 pessoas morreram depois da passagem de um ciclone extratropical.

Agora, o total de mortes está bem acima do anterior e é considerado por autoridades como o pior desastre climático da história gaúcha.

A capital Porto Alegre está debaixo d’água. Os números de mortos, desaparecidos e desabrigados não param de crescer. Equipes trabalham sem parar no resgate das vítimas. Uma tragédia sem precedentes, que deixou um rastro de destruição e produziu imagens impressionantes.

Os meteorologistas explicam que a catástrofe é resultado de pelo menos três fenômenos que afetam a região e foram agravados pelas mudanças no clima.

Uso de drones

A Força Aérea Brasileira (FAB) afirmou neste domingo (5) que passou a utilizar uma Aeronave Remotamente Pilotada (ARP), um tipo de drone, para ajudar na localização e identificação de vítimas dos temporais. Os sobrevoos ocorrerão na região da Quarta Colônia, que abrange nove municípios da Região Central do estado.

O que disse Lula

O governo federal reconheceu neste domingo estado de emergência para 336 municípios do Rio Grande do Sul. Com o reconhecimento do estado de calamidade, os municípios ficam aptos, por exemplo, a receber com mais rapidez e menos burocracia repasses de verbas federais.

O presidente Luiz Inácio Lula da Silva visitou o Rio Grande do Sul e falou sobre ações para a região. Segundo Lula, “não haverá impedimento da burocracia” para recuperar o estado.

“A gente deve muito ao Rio Grande do Sul sob todos os aspectos. Queria dizer ao povo gaúcho: o que estamos fazendo é dando ao Rio Grande do Sul aquilo que ele merece. Se ele sempre ajudou o Brasil, eu acho que está na hora de o Brasil ajudar o Rio Grande do Sul”, afirmou.

Serviços de infraestrutura

No boletim mais recente, também há informações sobre os serviços de infraestrutura estaduais, reunidos pelas Secretarias do Meio Ambiente e Infraestrutura, de Logística e Transportes e da Educação.

Pelo menos 261 mil pontos do estado estão sem energia elétrica (27% do total de clientes) e mais de 854 mil estão sem abastecimento de água (27% do total).

As chuvas provocam danos e alterações no tráfego nas rodovias. São 110 trechos em 61 rodovias com bloqueios totais e parciais, entre estradas e pontes. As informações são do Departamento Autônomo de Estradas de Rodagem (Daer).

Segundo a Secretaria de Logística e Transportes (Selt), há um trabalho em curso para desobstruir as estradas o mais rápido possível.

Também foram divulgados dados em relação às escolas afetadas pelas enchentes, o que inclui as que foram danificadas, servindo de abrigo, com problemas de transporte e de acesso, entre outras questões. Nessa situação, há 733 escolas em 229 municípios, com 247.228 estudantes impactados.

* Com informações da Agência Brasil

FONTE: SRzd

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